Compaixão e Negócios
Pesquisas recentes sugerem que um ambiente de trabalho mais compassivo, onde a prontidão para ajudar e para perdoar fazem parte do modelo de negócio, é um lugar mais produtivo, eficiente e feliz.
Nas empresas onde a compaixão é enfatizada, os empregados são menos estressados e mais satisfeitos com seus empregos, e o turnover é menor, dizem os pesquisadores.
As pessoas que trabalham em organizações compassivas também são mais leais e engajadas, de acordo com pesquisadores.
“Compaixão, fundamentalmente, define a nossa humanidade”, disse James Doty, o fundador e diretor Center for Compassion and Altruism Research and Education na Stanford University.
Doty fez sua apresentação na recente Conferência sobre Compaixão e Negócios, onde os pesquisadores e líderes empresariais apresentaram suas conclusões e destacaram as melhores práticas relacionadas ao empreededorismo social compassivo.
Entre os speakers estavam professores de Stanford e de outros lugares, que discutiram suas conclusões sobre temas como perdão, estresse e auto-compaixão. Executivos da Google, Seagate e outras empresas apresentaram casos para descrever como as suas empresas têm se beneficiado de um modelo de negócios mais compassivo.
“O fato mais esquecido no mundo dos negócios é o de que somos todos humanos”, disse Chip Conley, diretor-executivo da Joie de Vivre Hotels e graduado de Stanford.
Scott Kriens, presidente da Juniper Networks e fundador da 1440 Foundation, disse que não há conflito entre ser compassivo e ser rentável, um sentimento ecoado por pesquisadores que citaram diversos estudos que mostram o poder que um local de trabalho mais gentil pode ter para transformar.
Jamil Zaki, professor assistente de psicologia na Universidade de Stanford, disse que as pessoas querem, naturalmente, ser úteis.
“Os seres humanos são gentis. Somos gentis até mesmo com pessoas que não são do nosso grupo e que não são gentis conosco”, disse ele.
Ser pró-social, ou útil, segundo ele, estimula o centro de recompensa do cérebro.
Os pesquisadores disseram que a compaixão envolve um desejo autêntico de ajudar e envolve uma resposta emocional.
Quando tratamos a nós mesmos e aos outros compassivamente, disseram os pesquisadores, temos mais preocupação com os outros e mais capacidade de perdoar. Há também menos medo de falhar e uma maior resiliência, que são muito úteis num ambiente de trabalho.
Kim Cameron, professor da Ross School of Business da Universidade de Michigan, disse que a compaixão pode nem sempre parecer positivo, no entanto. Disse que a compaixão pode ser demonstrada através da crítica.
“Você não pode sempre elogiar os seus filhos”, observou Cameron.
Emma Seppala, diretora adjunta do CCARE, disse que é importante apresentar dados concretos que suportem a noção de que um ambiente de trabalho mais compassivo pode ser rentável e eficaz.
Ela escreveu sobre a ciência da compaixão na última edição da revista The Observer, publicado pela Association for Psychological Science.
A conferência, disse Seppala, tem o objetivo de promover a conscientização sobre essa área.
Doty complementou, “Nos negócios, é realmente necessário se basear em dados. E os dados estão aí, mostrando os benefícios da compaixão nos resultados das empresas. É melhor para a sua saúde e para a saúde do seu local de trabalho.”